Nossa História

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A Pousada Pedras Rollantes é fruto de um reencontro. Não se trata de humanizar coisas, mas primeiro ela foi desejada, depois planejada e, finalmente, gestada de modo que viesse a ter a “nossa cara”. Que fosse uma de nossas extensões.

Nós, Lu e Tarcísio, nos conhecemos quando crianças, na década de 1970, em Florianópolis, após Lu se mudar com a família do bairro Coqueiros, onde nasceu, para o bairro Balneário, bem ao lado da casa onde Tarcísio morava. Naquela época, e com a idade que tinham, mesmo “caidinhos” um pelo outro, as crianças não namoravam, o que só que veio a acontecer em nossa juventude.

Na praia do Balneário, Florianópolis, almoçando longe de todo mundo, durante a pandemia.

Pelas muitas voltas que a vida dá, o namoro não prosperou. Ambos casamos, constituímos famílias e voltamos a nos reencontrar em 2010, com Lu viúva e Tarcísio divorciado já há mais de dez anos. E estamos juntos, todo dia, o dia todo, desde então. No final de 2013 mudamos definitivamente para Pedras Rollantes.

Os finais de semana, as folgas e os feriados no Sítio não bastavam mais. Logo também desejamos nos desvencilhar da dependência financeira ainda mantida em Florianópolis e inventamos o Café no Sítio, servido apenas aos finais de semana, para poucas pessoas e já com a “nossa cara”, nossas receitas e nossos temperos.

O Café, nossa primeira cria, pediu a Pousada como “irmãzinha”.

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Vamos fazer uma pousada?

Não raro, ao recebermos visitantes para o Café, surgia a pergunta: “tem pousada, dá para ficar aqui? ” No começo a resposta era “não tem”. Depois passou para o “não, mas estamos pensado” e, por fim, “ainda não, mas em breve”.

Era final de 2015 e, por algum tempo, fizemos consultas informais sobre o que os possíveis futuros hóspedes esperariam de uma pousada aqui no Sítio. Também passamos a observar com mais atenção o perfil de quem nos visitava para curtir o Café.

Os visitantes ajudam a criar a Pousada

Juntamos as opiniões e as observações com o que acreditávamos ser legal numa pousada e concluímos que o ideal seria a construção de três casas. Uma maior, perfeita para dois adultos e que também poderia ser um agradável local de encontros de uma família, de dois casais com ou sem filhos, ou ainda de um pequeno grupo de amigos.

Planta lateral da Casinha
planta baixa da casa torta e desenho esquemático da Casa da Cama

As duas casas menores foram pensadas para receber dois adultos e uma criança, jovem ou adolescente.

O quê acreditávamos ser legal nas casas que iríamos construir para a Pousada?

Tínhamos a certeza de que elas deveriam provocar o menor impacto ambiental e visual possíveis. Que a utilização fosse sustentável e que estivessem integradas à maneira como vivemos em Pedras Rollantes.

Definidos os conceitos básicos, convidamos os amigos e arquitetos Dalmo Vieira Filho e Maria Regina Weissheimer para dar forma à casa maior. E a professora/doutora de arquitetura, Melissa Laus Mattos, filha de Tarcísio, para nos auxiliar nas casas menores.

Os arquitetos Dalmo e Regina fazem os primeiros desenhos do que viria a ser a Casinha.
Regina e Dalmo traçam, aqui em casa, os primeiros riscos do que viria a ser a Casinha

O material de construção

O baixo impacto e a sustentabilidade começaram na procura pelos materiais. Saímos em busca de madeira usada e com a ajuda de amigos, encontramos o salão da Igreja de São João, na comunidade de Barro Branco, aqui mesmo em Alfredo Wagner. Ele estava em processo de desmanche. Seria substituído por outro, mais moderno e seguro para a realização das festas e dos encontros comunitários.

Quadro na parede da igreja mostra como era o salão que foi desmanchado. À direta, caminhão vermelho carregado de madeira para a construção da Casinha  cruza ponte baixa sobre o Rio Itajaí do Sul
Na Capela em Barros Branco, São João e o quadro que mostra o salão em frente à igreja nova. A madeira sendo trazida para Pedras Rollantes cruza o Rio Itajaí do Sul.

A maior parte da madeira do salão foi derrubada na década de 1930 para a construção da igreja. O templo católico foi desmanchado na década de 1980para dar lugar a outra igreja, de alvenaria, e o material foi reaproveitado na construção do salão. É esta madeira, cortada há mais de 90 anos, que forma mais de 90% das paredes, pisos, alicerces, vigas e caibros das três casas. A madeira faltante veio do desmanche de uma casa que foi alojamento dos funcionários da Camargo Correia, construtora que asfaltou o trecho da BR 282 próximo a Alfredo Wagner, lá pela década de 1980.

Com a ajuda do amigo

Resolvida a questão da madeira, partimos para os vidros das casas da Pousada. A solução veio de um amigo, o Rogério Capella, que administra, em Florianópolis, os imóveis comerciais de sua família. A reforma de lojas resultou na sobra de dezenas de vidros temperados de diversos tamanhos e formatos. Estes vidros definiram o desenho assimétrico de praticamente todas as paredes das casas.

Pilha de tijolos próxima ao local da obra da Casinha
Os 4 mil tijolos

Os tijolos maciços, grandes e pesados, foram queimados na década de 1950 na olaria do Sr. Balcino Wagner e estavam na casa do Sr. Genésio Silva até a metade de 2016, quando ela foi desmanchada para dar lugar a um pequeno edifício comercial e residencial, na mesma esquina da Praça da Bandeira onde os Silva moraram até então. O que há de material novo nas três casas da Pousada são as telhas, os pregos, os forros e algumas vigas.

E o quê acreditávamos que seria legal para quem viesse passar uns dias aqui?

Achávamos que seria legal não estipular horários para entrar e sair da Pousada e, assim, eliminamos o check-in e o check-out nas casas. Há algo mais chato do que ter que ir embora ao meio dia de um lugar legal? Assim, uma diária sempre contemplaria dois dias inteiros e uma noite.

Que seria legal que as crianças viessem junto e não cobraríamos nada de quem trouxesse filhos de até 12 anos. Hoje não cobramos de quem traz um adolescente de até 15 anos por família.

Que assim como nós gostamos da companhia da Lucy e do Pen Duick, os gentis border collies que moram conosco, achávamos legal que quem viesse para cá também pudesse trazer seus estimados bichinhos sem pagar nada por isto.

Cachorra Lucy e cachorro Pen Duick posam em frente a construção da Casinha

E como consideramos que preparar comida é um ato de amor, equiparíamos as casas com cozinhas completas e entregaríamos uma cesta de alimentos com muitos produtos, para que os futuros “vizinhos” preparassem todas as suas refeições pelo período da estadia. A cesta só não contemplaria carnes, mas que poderiam trazer ou adquirir no mercado local.

Achávamos também que nosso “lugarzinho” não precisaria ser curtido apenas em finais de semana. Assim, a Pousada estaria aberta direto e o valor da estadia nos dias úteis seria bem mais em conta do que nos finais de semana.

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Cada Casa da Pousada com sua própria rede

Como a nossa experiência de tocar daqui mesmo as nossas atividades profissionais outrora mantidas à distância foi muito gratificante, a casa maior ganharia um “escritório”.

E as disposições internas das menores deveriam possibilitar seu uso também por quem procura um local bonito e tranquilo para escrever um livro, desenvolver ou finalizar teses, realizar trabalho remoto etc..

Lap top aberto sobre mesa da escrivaninha da casinha, com luminária e rádio de comunicação
O escritório da Casinha com luminária e o rádio para a comunicação entre nós e os hóspedes. As casas possuem redes próprias de internet.

Mãos à obra

Tudo definido, é hora de construir. Mas antes precisamos trabalhar a madeira que veio do Salão Comunitário de Barro Branco. O primeiro passo foi separar os tipos de madeira para cada uso e, em seguida, retirar os pregos que restaram dos desmanches. Separamos também muitas peças para serem usadas nos móveis que ainda seriam desenhados e depois manufaturados na pequena marcenaria que temos no Sítio.

Após retirarmos os pregos, parte das tábuas foram levadas para a madeireira Almeida, aqui em Alfredo Wagner, para serem rebeneficiadas e ganharem encaixes macho e fêmea antes de serem usadas nas paredes.

Lázaro e Volnei trabalham na colocação dos vidros da Casinha
Lázaro e Volnei passaram o inverno entre tábuas, vidros, pregos, telhas e tijolos

A missão de dar forma e o melhor acabamento aos projetos de Dalmo, Regina e Melissa foi confiada ao carpinteiro Lázaro Steiheuser, também aqui de Alfredo Wagner, e contou com a assistência de Volnei Berger, mais ajudas eventuais de Toninho Berger. A supervisão ficou por nossa conta. As soluções encontradas são dignas dos maiores elogios.

Água e esgoto

A água que abastece as Casas da Pousada é proveniente da mesma fonte que traz o líquido sem cheiro, sem cor e sem sabor para a nossa residência. É uma nascente protegida e dotada de um caxambu, espécie de tubo enterrado onde brota a água, que depois é levada diretamente para as caixas. É quase certo afirmar que esta água tem contato com o ar apenas quando as torneiras ou os chuveiros são abertos. Ela é constantemente analisada e sempre dá 100% de potabilidade nos resultados dos exames.

Todas as casas contam água quente nas torneiras e chuveiros provenientes de um moderno sistema de aquecimento solar com tubos a vácuo, que além de potencializar o calor, também não congelam nas noites mais frias do inverno e reduzem drasticamente o consumo de energia elétrica.

Sr. Ralf Wagner, que instalou a estação de esgoto, posa em frente da obra Casinha com garrafa pra testar a qualidade da água

O esgoto das três casas da Pousada e também da nossa casa passa por uma estação de tratamento à base de raízes e carvão ativado antes de ser liberado em canais de irrigação com um altíssimo grau de pureza. O sistema foi implantado por Ralf Wagner, que quando jovem universitário, ainda na Alemanha, ao tomar conhecimento das realizações do brasileiro José Lutzenberger em prol do meio ambiente e da agroecologia, migrou para o Brasil e trabalharam junto até o falecimento de cientista, em 2002.

O mobiliário

Os moveis de todas as casas foram desenhados e manufaturados aqui mesmo. Ali estão a poltrona Luzia, as cadeiras Melissa, Marianne, Patrícia e Roberta, nomes de nossas filhas, e Catuira, nome do local da primeira colônia da hoje Alfredo Wagner, e Antares. Na maior das cozinhas ao ar livre estão os bancos João e Pedro, nomes do filho e do neto da Lu.

À esquerda, Lu pinta o braço de uma cadeira, à direita, Tarcísio trabalha na confecção dos pés da mesa da Casinha
Lú dá o acabamento na cadeira da copa e Tarcísio prepara o pé da mesa

Entre estas está a mesa de seis lugares na copa da Casinha, com seus pés de cerne de imbuia esculpido pelo tempo e de tamanhos variados, bem como as cadeiras e bancos, também de diferentes tamanhos, que se adaptam ao desnível entre a cozinha e a sala.

São daqui as coisas que as casas têm

As casas contam com estruturas completas de copa e cozinha e com todas as guarnições de cama mesa e banho provenientes das melhores marcas produzidas em Santa Catarina.

Travesseiros sobre a cama da Casinha

São travesseiros Altemburg e mantas Artex, ambas de Blumenau; jogos de cama e de banho da Doehler, de Joinville; louças Oxford, de São Bento do Sul. Também são da Doehler os tecidos que revestem bancos, cadeiras, poltronas e sofás. O que não é daqui também é de excelente procedência, como as panelas, frigideiras e talheres, todos em aço inoxidável, da marca Tramontina.

Os alimentos entregues aos hóspedes, assim como as bebidas colocadas à disposição, também são, em sua maioria, de Santa Catarina. Muitos deles aqui de Alfredo Wagner e outros tantos aqui do Sítio mesmo. Somos adeptos do Consumo responsável e do fomento à economia local.

Checagem de 50 itens

Antes de os hóspedes tomarem posse das casas, cada uma delas passa por uma checagem de, no mínimo, 50 itens. Esta lista não inclui o asseio e a limpeza e nem a verificação do perfeito funcionamento das instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias, pontos que não precisamos lembrar, pois fazem parte das vistorias constantes.

Só de alimentos, a listinha chega a mais de 30 itens. Mas inclui guarnições de cama, mesa e banho, bebidas, materiais de higiene pessoal, de limpeza e de conforto – como as pantufas, os tapa-olhos -, e os espantadores de insetos.

pantufas junto ao primeiro degrau da escada da Casinha
Pantufas e tapa-olhos manufaturados pela artesã Selma Laus estão na checagem realizada antes de cada hospede assumir cada uma das casas.

Entre os mais de 30 itens de alimentação estão as massas. Caso não haja nenhuma observação dos hóspedes em função de suas preferências ou necessidades, a dispensa terá macarrão grão duro de boa procedência. Mas na listinha está também o macarrão integral e o sem glúten. O mesmo se dá com os queijos. Na versão “standard”, entregamos o queijo Minas do Laticínios Odilon, aqui de Alfredo Wagner, mas a preferência pode recair sobre o Serrano ou o Colonial.

Feito em casa

As geleias são produzidas por nós com as frutas que o sítio fornece a cada estação.  Pode ser de clemenules, de goiaba, de banana caramelizada. Quando a estadia na pousada se estende por um período mais longo, que pede reposição de alimentos, a segunda geleia entregue nas casas sempre será de um sabor diferente da primeira.

Detalhe de mão de mulher com caneta riscando lista de checagem de produtos
Do premiadíssimo vinho de altitude Quinta da Neve, cortado com Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional e Merlot, ao pano de prato, tudo está na “listinha”.

A lista não define, por exemplo, quais são os vinhos e os espumantes que estarão em cada uma das casas da pousada, apenas que são duas garrafas. Se o hóspede tiver outra preferência, basta abrir o link da Delicatesse para escolher entre as 37 opções. Nossa carta tem o aval da Sommelière Regina Essenburg, da Essen/Decanter.

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Um Sítio para os hóspedes

Pedras Rollantes é uma propriedade rural produtiva, especializada no cultivo de citros de mesa, notadamente a tangerina sem sementes Clemenules, de origem espanhola e que em seu país de origem é conhecida como “La Reina de las Mandarina”.

Toda a produção agrícola do Sítio possui certificação orgânica emitida pela Rede Eco Vida de Agroecologia e passa por diversas visitas e auditorias anuais para que se mantenha dentro nas normas, leis e códigos de ética que regulamentam a produção orgânica no Brasil.

Caixa de frutas cheia de tangerinas Clemenules com árvores carregadas de frutos ao fundo
“La Reina de las Mandarinas” e todas as outras frutas cultivadas em Pedras Rollantes possuem certificação orgânica

Além da Clemenules, há pomares de limão siciliano, laranja rubi, tangerina okitsu, ponkan e, implantado recentemente, um pomar de laranjas sanguíneas em variedades italianas e outras desenvolvidas no Brasil, pela Epagri. Durante a safra acontecem eventos de Colhe e Paga.

Mas nem só citros se planta no Sítio. Também temos lavouras de milho e sorgo para a alimentação das galinhas, verduras, hortaliças, tubérculos e temperos para consumo da casa e dos hóspedes da pousada, e um pomar de frutas variadas.

Os hóspedes podem consumir livremente o que estiver em ponto de colheita.

Rio das Águas Frias, a dádiva das dádivas

Pedras Rollantes ocupa duas encostas no Vale do Rio das Águas Frias. O Águas Frias é um dos nascedouros do Itajaí Açu, tem água bastante gelada que desliza sobre um leito raso, de pedras de diversos tamanhos, formas e tipos. Pedras que rolam, mudam de lugar cada vez que as chuvas aumentam seu volume de água.

O rio de águas límpidas é ideal para banhos e muitos visitantes não se importam com a temperatura do ambiente, mesmo se estiver abaixo daquela que os “simples mortais” consideram ser a mínima para se jogar na água gelada. Mas não é potável.

A mata nativa cobre mais da metade da área. Uma boa parte tem malhas de eucaliptos, e há alguma pastagem, além dos pomares e trilhas

Duas bicicletas em frente da Casinha

Para pedalar, podem trazer suas bikes ou locar as que temos aqui a disposição dos hóspedes para passeios pela região.

Nós de novo

Retrato de Lu e Tarcísio

Moramos em Pedras Rollantes, os receberemos e estaremos sempre à disposição.

Antes de 2013, e por muito tempo, usávamos o Sítio por curtos períodos, principalmente para a condução dos pomares de citros, para descanso, lazer e para receber amigos e família. A vontade de compartilhar o que vivenciamos aqui e a alegria que os amigos demonstravam ao curtir conosco a natureza do lugar, nos levou a abrir o Café no Sítio Pedras Rollantes e depois a Pousada.

Tarcísio é jornalista, trabalhou em veículos locais e nacionais e foi sócio fundador de uma agência de fotografias e de notícias e de uma editora de livros de arte. Lu Eicke foi empresária do ramo de confecções e estamparia e trabalhou com publicidade e propaganda.

Lu tem duas filhas, a Roberta e a Mary, um filho, o João, e um neto o Pedro. Tarcísio tem duas filhas, a Melissa e a Patrícia. Com um pouco de sorte, quem, sabe, é possível que a sua estada em Pedras Rollantes coincida com um dos vários momentos que uma das “crianças” esteja aqui também.

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Ouça o que nós ouvimos

Clássicos do Rock é a trilha que escolhemos para representar a página que conta um pouquinho de nossa história e de como surgiu a Pousada Pedras Rollantes. Toque na imagem para ouvir. Começa com George Harrison no vocal de While My Guitar Gently Weeps.

Ao se hospedar em uma de nossas três casas, encontrará um quadro com QR Codes que também abrem as playlists.

CasinhaCasa da Cama Casa TortaAlimentaçãoDelicatesseReservas e valores